Oficinas do Instituto #2: Olhares entre ruínas

 


O ciclo de Oficinas do Instituto continua com a segunda atividade de formação gratuita e as inscrições estão abertas. É uma realização da Ocupação Espaço Fonte da Memória, em parceria com o Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, contemplada no Prêmio Afrânio Castelo Branco, realizado pela Secult-PI, com recursos da Lei Aldir Blanc (Governo Federal).

RELEASE
Por Alexandra Véras (ministrante)

Que os patrimônios culturais são construções sociais, consubstanciadas pelos interesses de determinados sujeitos e grupos de identidade, em diferentes momentos e espaços, isso é fato (ARANTES, 2009; POULOT, 2009; HARTOG, 2006). Agora como essas produções acontecem, tensionadas no complexo jogo entre lembrar, esquecer, silenciar, é algo que precisa ser questionado e problematizado (RICŒUR, 2007; ROSSI, 2019; LE GOFF, 2013; CANDAU, 2011; HUYSSEN, 2014, 2000).

Percorrendo edificações, ruas, avenidas, monumentos, memórias, ruínas, explorando sensibilidades urbanas, o objetivo dessa oficina é refletir sobre outros patrimônios que, ainda, permanecem esquecidos, silenciados, negligenciados em paisagens, edificações, fachadas e chaminés tombadas... Refletiremos, portanto, sobre os diversos vestígios, materiais e imateriais, associados a processos de industrialização do estado do Piauí, em especial da cidade de Parnaíba, e que ainda permanecem como ruína sobrevivendo em meio às intempéries e aos embaraços do tempo presente: fábricas, usinas (incluindo máquinas e instalações industriais), armazéns, galpões portuários etc. Alguns desses espaços, que outrora abrigaram atividades do trabalho e da produção industrial - mesmo que protegidos pelo instrumento legal do tombamento -, atualmente se encontram em estado de abandono, subutilizados, deslocados da paisagem e dos ritmos da cidade contemporânea e, muitas vezes, despertando incompreensões em relação às suas permanências no espaço urbano. 

Esta oficina buscará, portanto, chamar a atenção para esses outros patrimônios, para essas outras sensibilidades que também são constitutivas de memórias e experiências das mais diversas, em que o passado, à luz das demandas do tempo presente, também é acionado e ressemantizado, no entanto a partir de outros referenciais identitários. Tais reflexões, que emergem de olhares sensíveis sobre os remanescentes de períodos de industrialização (buscando enxergar para além daquilo que os olhos alcançam), serão desenvolvidas ao longo desta oficina por meio de três questões principais: O que é patrimônio industrial? Parnaíba tem patrimônio industrial? De que forma antigos espaços ligados ao trabalho e a produção industrial piauiense têm sido interpretados como bens a serem protegidos? Por quê e para quê preservar essas estruturas?


MINISTRANTE

Alexandra Sablina do Nascimento Veras
Doutoranda em História pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro - PPGHIS/UFRJ. Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará - PPGH/UFC (2020), e graduada em licenciatura plena em História pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI (2017). É Técnica em Edificações pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (2012). É integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Patrimônio e Memória - GEPPM/UFC/CNPq, do Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho - LEHMT-UFRJ, e do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Cidade, Memória e Patrimônio - NUPECIMP/UESPI/CNPq. Possui experiência na área de História, com ênfase em Patrimônio Cultural e Memória Social, atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio industrial, paisagem, história oral e memória do trabalho.


SERVIÇO

Tema: Olhares entre ruínasSensibilidades urbanas, patrimônio industrial e memória nas cidades do Piauí
Carga Horária: 10h/a 
Aulas: 2h30min ao dia. 
Datas: 27 a 30 de Julho.  
Modalidade: Online, via Google Meet
Vagas: 30 vagas (podendo ser dialogado a ampliação de acordo com a demanda). 
Público Alvo: Estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais da educação (básica, profissional e tecnológica), profissionais de museus e centros culturais, pesquisadores(as), e comunidade em geral que possua interesse pelo tema do patrimônio industrial.
Inscrições: de 12 a 16/07.
Certificação ao término da oficina.
Gratuita.

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